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Os ciganos têm valores e comportamentos éticos que seriam motivos de orgulho para qualquer etnia.

 São eles:
                   Leis dos ciganos
Não são como as nossas, são consuetudinárias.
Este povo tem o costume irrestrito de obedecer à “lei” dos mais velhos.
Quem manda é o chefe, o barô ou voivoda ou capitão.
Sua palavra tem força de lei. Ressalte-se o grande respeito que têm pelas pessoas mais idosas, e a matriarca (phury daj) tem a palavra final em todas as questões, não obstante a sociedade cigana ser patriarcal. Contudo, os ciganos se adequam, obedecem e respeitam as leis do país que os acolhem. Porém, o que vale para este povo é a unidade familiar, onde tudo é resolvido. Quando o cigano comete um delito à luz de seus costumes, eles se reúnem num tribunal que denominam Kris. A resolução tem que ser encontrada em conjunto pelo grupo dos mais velhos (de homens ou de mulheres), consoante o prevaricador seja homem ou mulher, e adotada por consenso, com base nos valores da moralidade e de respeito pela honra e pureza.
O castigo, que penaliza o infrator, é imposto pela comunidade, dada a inexistência de polícia cigana. As decisões são finais, irrecorríveis. A pena mais drástica não é pena de morte, é o exílio. Pois a privação da vida comunitária é o que de pior pode acontecer a um elemento da etnia cigana. Ser expulso, ser exilado é uma quase-morte para o indivíduo. Após o perdão ou cumprida a pena, o indivíduo volta ao seio do grupo e o regozijo é geral.

                    Pacifismo

Os Quatro Elementos

Povo Cigano sempre se valeu dos elementos da natureza como amigos, utilizando a Sabedoria dos Ventos, a Paciência dos Riachos, a Fortaleza dos Campos e a Luz das Fogueiras para viver, predizer, orientar, acalmar e se harmonizar, sem medir forças com o mundo, mas viver em harmonia dentro dele.



De origem incerta,
                                     cercado de mistério e preconceitos e impiedosamente perseguido ao longo dos séculos, o povo cigano faz do planeta a sua pátria….

…, “no sexto dia, Deus resolveu criar o Homem. Tomou uma poção de barro, modelou uma estátua e a colocou em um forno. Resolveu então dar um passeio pelo Jardim do Éden e acabou por se esquecer de sua obra. Quando retornou, encontrou a sua criação queimada. Surgiu assim o primeiro homem negro. Resolveu tentar de novo, mas, no meio do cozimento, abriu o forno para espiar e o resultado foi uma figura pálida, o ancestral dos homens brancos. Finalmente, criou um terceiro homem, de barro cozido, no ponto exato, no tom da amêndoa. Surgia assim o primeiro cigano. Deus ficou tão contente com essa criação que o deixou habitar livremente todos os lugares da Terra, para espalhar beleza e alegria a todos os outros povos com que habitou o planeta.”

Nem cobiçamos a terra


nem guerreamos, nós ciganos.


Viva nosso povo, ileso


entre cristãos e otomanos!


O pacifismo tem raízes profundas na alma gitana. A bandeira que tenta uni-los traz em seu centro o símbolo de Asoka , também adotado no pendão da Índia; é a roda de dezesseis raios Não se conhece no mundo inteiro, na história da humanidade, um só exemplo de que ciganos tenham pegado em armas contra outros povos. Não lhes move qualquer ambição de conquista, nem querem território.
Relembremos que o seu lema é a Terra é minha pátria. Em o Cancioneiro romeno, de Stella Leonardos, lemos, à p. 101, a Canção do Bulibacha , da qual retiramos esta estrofe que nos dá a medida do pacifismo cigano:

* Respeito à família como instituição suprema da sociedade cigana;
* amor aos filhos, consideração e respeito aos velhos;
* hospitalidade com alegria;
* honrar a palavra dada e fidelidade à Lei cigana;
* liberdade como condição natural da vida;
* solidariedade para com os membros da etnia cigana;
* cumprimento das decisões tomadas pelos maiores.

O centro da moralidade cigana é a família, pequena ou grande, e para defendê-la, criou-se todo um código interno que tutela os direitos de sangue, de matrimônio e de valor. Entretanto não existe obrigação moral, com relação aos que estão fora do grupo. Juan de Dios Ramirez Heredia (um cigano erudito, espanhol, do grupo calom) oferece uma espécie de Decálogo deste código moral interno.

Segundo este código, é pecado para um cigano :

1. não ajudar outro cigano

2. violar os direitos de outro cigano

3. faltar com o respeito para com os mais velhos

4. faltar à palavra dada entre ciganos

5. abandonar os filhos

6. a separação conjugal por traição

7. a maternidade antes do matrimônio

8. a falta de pudor no vestir e os modos de comportar-se

9. furtar num lugar sagrado

10. ofender a memória dos mortos.

“Os ciganos não têm heróis. Não existe nenhum mito de uma grande liberação, da fundação de uma “nação”, de uma terra prometida [como os judeus tinham]. Não têm Rômulo e Remo [como tiveram os romanos], nem um combatente e andarilho Enéias . Não têm monumentos, nem altares, nem hinos, nem ruínas. E não têm livro sagrado”. E por isso mesmo, achamos nós, eles são felizes.

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